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segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

" Viu a novela ontem?"

Havia um tempo em que eu não precisava de um blog para falar. Atualmente sinto falta de ter pessoas que expressem sua humanidade tal qual ela realmente é. Não suporto mais ver pessoas vazias, repetindo trechos de livro de auto ajuda, hipnotizadas pelos antidepressivos ou embasbacadas pelo álcool. O máximo que se consegue num diálogo é falar de novela, futebol, BBB ou o último memento da internet. Queria ser auto suficiente, mas não sou. O pior não é apenas reconhecer minhas fraquezas, dores e angústias; é saber que não tenho com quem partilhar o que realmente sou ou como estou. Simplesmente não interessa, não convém falar dessas coisas. Cada um com sua dor. Como se adaptar a isso? Terei que me drogar para suportar a vida? Ah, se eu pudesse fazer arte dos meus sentimentos sairiam as mais belas e profundas composições. Mas nem um dom interessante eu tenho. Mais um motivo pra me sentir assim. :|

sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Murmurinho sobre a morte

Esperança. Sim, precisamos dela senão ficamos paralisados pensando e escrevendo coisas desse tipo. No momento estou me debatendo com a única certeza que temos na vida. Não basta o fato de vivermos lutando contra o inevitável e protelando o grande fim que de fato todos viveremos. Não me conformo com a morte, não da forma que ela se dá. Morrer lembra dor, agonia, sofrimento, não deveria ser assim. A morte poderia ser como parte da vida, algo normal como comer,dormir. No final da vida a gente poderia sentir um sono mortal e nunca mais acordar, sem doenças, perda da dignidade, dor, drama. Sei que esse meu pensamento mostra imaturidade de minha parte, deveria apenas conviver com isso e deixar esse medo guardado no inconsciente. Mas quem disse que eu que quis desengavetar esse assunto macabro? Certas coisas acontecem por si só.

terça-feira, 1 de janeiro de 2013

Admirável Mundo Novo

Acabei de ler um Admirável Mundo Novo de Huxley. O livro é realmente instigante. Não é uma obra-prima literária em se tratando de estilo, mas contém ideias atuais e intrigantes. O livro conta a história de num futuro distante a sociedade ser organizada de tal forma que todos sejam felizes. Conceitos como família, casamento, maternidade desaparecem. As crianças são todas de proveta, as que ocuparão a posiçào mais elevada na sociedade são bem tratadas no tubo de ensaio, aquelas que serão de castas inferiores recebem alcool e outras substancias que prejudiquem o desenvolvimento. Para manter a ordem social todas crianças são condicionadas a acreditarem na ideologia pregada. Ouvem frases feitas ensinando sobre "como cada um pertence a todos" condicionando sobre a promiscuidade entre outros temas. Quando as pessoas se sentiam mal por qualquer coisa, elas usavam o soma, uma droga que deixava todos felizes e sem o efeito colateral do alcool. Assuntos como solidão, Deus, sofrimento, liberdade permearam o livro todo. As pessoas são estimuladas a ficarem em grupos, evitar a solidao a pensarem por si mesmas. toda vez que surge algum questionamento interno a resposta é dada por um dos condicionamentos e se a resposta não satisfaz um grama de soma resolve tudo. A reflexão é desestimulada, as pessoas ficam sempre entretidas com arte rasa, drogadas com a soma ou copulando livremente. Sentimentos profundos não são bem vindos, ninguém se apega a ninguém, a sociedade é único vínculo importante. A velhice não existe mais. As pessoas vivem como jovens até morrerem. Sim, a morte continua existindo, mas as pessoas são condicionadas a aceitá-la bem. Ninguém chora se outro morre, apenas se crema e se aproveita os resíduos. Um jovem, Bernard começou a questionar a sociedade e se negar a tomar o soma. Sua petulância provocou a ira dos superiores. Bernard foi fazer uma visita a uma reserva de selvagens. Lá encontrou pessoas com crenças religiosas, doenças, pouca higiene, velhice. Encontrou na reserva uma civilizada que se perdeu e vive lá por anos. Ela ficou velha e feia, causando repugnancia. Ela teve um filho, ele foi criado como um semi selvagem, só que tem boa genética e certa instrução que a mãe deu, leu livros clássicos, proibidos na civilização. O resto não vou contar, só lendo mesmo. O interessante desse livro é refletir de como esse status quo é uma verdade oferecida para nós. Até onde podemos escolher? Qual preço que pagamos pelo privilégio da civilizaçào? Temos espaço para sermos nós mesmos? Conseguimos encarar nossa solidão? Amar sem reservas?