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terça-feira, 4 de novembro de 2014

Não quero tempo demais, só o suficiente e que isso não seja muito.

Há uma grande chance dessa postagem não ficar muito tempo, mas por enquanto é isso que penso e quero compartilhar com aqueles que ousam admitir o lado lamacento e frágil do ser humano.

Não quero ficar velha, não pelo motivo comum e fútil de ficar feio e enrugado e perder o vigor. Mas porque eu não tenho ilusões de que isso possa ser suportável. Digo isso baseado no meu hoje. Sou uma pessoa extremamente solitária, sem amigos, sem colegas, ninguém pra desabafar. Sou muito apegada a quem amo, demais.... mas amor com apego é doença e essa é a única forma que sei amar sem sofrer.
Sou fraca, sem qualidades especiais, nem habilidade manual tenho pra fazer coisas simples do dia-a-dia, isso para um velho faz muita falta. Sou tímida, medrosa e não sou de coisas erradas, nem o vicio de fumar tenho. Minhas virtudes não me fazem companhia, não aliviam minha dor, minha solidão, não me faz ser uma pessoa independente emocionalmente do passado, do presente, de tudo. Não quero carregar o peso de uma vida inteira chorando lágrimas infinitas por cada dia feliz, já faço isso com o pouco que passou, imagina ter o dobro disso sem a menor perspectiva de nada!

A vida é muito bonita pra quem tem um jeito de ser mais fácil, mais desapegado, mais livre de si, mais confiante, mais capaz, mais talento, mais jeito para as coisas. Uma velha com minhas características é um poço de tristeza, uma senhorinha depressiva, que sofre dores lancinantes dentro de si tendo um mundo que despreza pessoas assim, sem ajuda, sem esperança. Queria não passar por isso.

Peço perdão a Deus por sentir isso, mas por enquanto é o que está dentro de mim. Já li muita coisa bonita de auto ajuda, espiritualidade, psicologia, mil teorias, mas o que a gente sente é o que está no coração. Papel aceita qualquer coisa, nosso interior não, infelizmente.