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terça-feira, 20 de junho de 2023

Estimada aurora de outrora

 Havia um tempo onde os sabores eram intensos. Onde a manga era doce como mel, as notas musicais atingiam a alma. Onde as emoções criavam realidades paralelas. Essas realidades estão lá, em algum canto. Paraísos ocultos, secretos. Perdidos? Lá estão. É possível. Eles existiram. Hoje a neblina vai encobrindo. A cor vai se perdendo. Vai desbotando. Como um vestido lindo de gala que foi sendo muito usado e engraçado. Não cabe mais. Fica a lembrando. Enquanto há vida há a lembrança. Esses paraísos continuaram lá mesmo depois daqui? Seria bom se sim. Talvez como uma página de um livro restaurado. Como um clássico para reeleituras. Como o Natal que se revive e mesmo velho parece novo. Mas enquanto isso está lá. Perdido na poeira do tempo, encoberto pela neblina. O mais importante é que existiu independente de qualquer talvez. Existiu, eu vivi, faz parte de mim e isso basta.