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domingo, 21 de fevereiro de 2010

Escravos do calendário

Uma das coisas que mais me aborrecem são as datas comemorativas. Ficamos presos a esse clichê. Mal acaba o carnaval e lá vem páscoa. Somos tratados como marionetes. No carnaval as pessoas são convidadas a promiscuidade precavida ♫♫ camisinha, coloca me amor ♫♫ , beber muita cerveja e se acabar nos trios, blocos carnavalescos,escolas de samba. Logo depois é a páscoa e lembram que Jesus existe, e lá vem ovos de chocolate, tempo de se renovar, perdão. Do profano ao sagrado, somos levados a consumir o que a mídia nos impõe.
Não entendo essa de Estado laico, mentira. Se fosse mesmo não teríamos feriados religiosos.

Um país que proíbe a mas incentiva o consumo e bebidas alcoólicas, com comercias cada vez msis apelativo onde jovens se embriagam e entorpecidos pelo sexo e álcool se deixam levar pela onda de modismos.

Não temos uma juventude politizada porque o ópio pode ser muito bem substituído pelas drogas lícitas.
Mesmo os que tem acesso a cultura se fecha em seu ciclo vicioso de vícios e se contentam em ter mais que os demais e ter suas necessidades atendidas.
São como gordos anêmicos entupidos e fast food. Calorias vazias, estômago cheio e corpo carente de vitaminas.
Num tempo atrás os tidos puteiros eram lugares obscuros, atualmente coloca-se cartazes com anúncio de garota de programa.
Zero hipocrisia, mundo liberal. Estamos melhores assim? Pelo que saiba a depressão é a doença que mais cresce no mundo. Não entendo como pode ter tanta gente triste com tamanha liberdade que temos.

Não sei que mundo é esse em que vivemos, nem o que esperar do futuro da nação, só sei que quando menos se espera chega o natal, ano novo, carnaval...

Perguntas, ouse em respondê-las. Afinal são as perguntas que movem o mundo

Estamos correndo atrás de que? O que esperamos?
Uma forma legal de driblar o tédio enquanto a morte não chega?
Estamos aqui a passeio, se for chato a gente vaza?
Você consegue responder suas próprias perguntas?
Quanto controle nós temos de nós mesmo?
O que vale a pena?
Você já ouviu seu silêncio? Ou já tentou calar seus medos?


Certas perguntas não devem ser respondidas, certas portas não devem ser abertas.

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

BBB 10, eu assisto...

Não é a primeira vez que assino o pay-per-view pra assistir o Big Brother Brasil. Muitos criticam, dizem que é coisa de gente sem cultura e tal, mas eu não me importei e assisto novamente esse programa.
Tenho boas lembranças de antigos BBBs e não me arrependo de ter assistido. Insisto nele porque acho interessante não o jogo em si ou a exposição de corpos malhados, mas acompanhar as conversas "espontaneas", conhecer a bagagem cultural de alguns, história de bastidores, receitas de comida, o tédio.
Ver o que é genuinamente humano e o minimamente dissimulado.

Mas esses prós são abafados pelos contras. A maioria dos participantes não tem muita coisa na cabeça, mulheres que parecem ser bonecas infláveis, cabide de silicone, repetem clichês apenas.
Isso me entristece mais do que novela, pois na teledramaturgia podemos culpar o escritor, mas aqui são as pessoas jogando sendo elas mesmas. E o pior é se algum participante fugir do estereótipo do típico bbb é rejeitado pelo público. Ou seja, as pessoas querem assistir anencéfalos, dar 1,5 milhão pro vencedor que melhor fizer fofoca, intriga, exibir bundas e abdomen tanquinho. Nenhum talento, nenhum benefício feito a sociedade, nada. Enquanto milhares de pessoas lutam pra ajudar a sociedade, tem seu talento ignorado pessoas vazias ganham pela sua futilidade ser aceita, aplaudida e esquecida.

O pior é que eu contribuo pra isso, comprei até os produtos dos patrocinadores. O marketing tem poder, nunca se esqueçam disso. Não sou melhor que o resto do povo.
Mas que isso é de uma repugnância exacerbada isso é. Não é toa que vivemos num país como esse. Também o que deveríamos esperar do país do carnaval? Se bem que reality show não é uma invenção brasileira, meu antipatriotismo não vai tão longe, mas que gostamos desse lixo cultural e fazemos isso muito bem ninguém pode negar.

Só sei que não pretendo contribuir muito mais com isso. Talvez -bem, disse "talvez"-, ano que vem eu não assine mais essa porcaria do PPV de BBB, mas nunca se sabe.