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quarta-feira, 24 de novembro de 2021

Vida!

 Já vivi muita coisa. Assisti muitos filmes, li livros, conheci pessoas. Senti o cheiro das manhãs, o por do sol, a magia da vida, o transcendente... aprendi, errei, vibrei, chorei. Fui eu. 

Tive meus anos de infância sagrados. Fui cercada de pessoas grandes e cheias de defeitos. Tive amor. Achei que quando crescesse teria respostas. Só sei que tenho noção maior do tamanho de minhas incertezas. Eu não sei de muitas coisas e a diferença de antes é que não tenho mais a pretensão de saber. 

Eu cresci mas não amadureci. Meu corpo não segue o mesmo ritmo de antes. Relembro tantas coisas que me fazem ser o que sou e lembro, relembro... acaba esbarrando de tanto lembrar como uma música muito bonita que depois de ouvir 100 vezes cansa. Como pode um velho cansar de suas histórias, mas elas me definem mais do que sou hoje. Queria ter a habilidade de transformar isso que sinto em arte, algo bonito. Mas não sou sei. Lembro de quando me aventurei pelo mundo do teatro e música. Esforço não compensa talento. Mas me diverti muito!  Em momentos assim nada como a poesia pra acalentar. Soa tão chato essa lógica cartesiana. Sermos apenas amontoadas de células nesse materialismo niilista depressivo. Me deem as flores, pássaros, melodias e oração. Permita que o subjetivo mostre outras percepções e que o encanto faça de sua vida mais do que a luta pela sobrevivência até a morte derradeira. Que seja mais. Que seja além. Que sejamos mais do que isso que dizem que somos.

Não sei se tenho medo da vida ou da morte ou de não entender isso tudo. Só sei que tenho e dane-se o politicamente correto. Sou imperfeita sim! Agradeço aos artistas do passado que souberam passar a humanidade com poesia. Me cansa essa filosofia psicologizada ditando teorias que mudam a cada estação. 

Por hoje agradeço por tudo, de coração. Isso é sincero. E o que não for não vale a pena. No final isso que conta. 

Gratidão, Deus!