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segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

Impressões do filme "Boyhood"

O filme Boyhood trata da história do crescimento de um menino, o mais interessante é que os 12 anos de filmagem acompanhou o desenvolvimento do ator. Só isso faz do filme interessante. Tirando o personagem principal me chamou atenção a dinâmica familiar em que ele pertencia. Tudo muito comum, casos que se  encontra em cada esquina, mas com um olhar de fora nos permite analisar certas nuances que nem sempre se percebe, faz do filme um espelho do que vemos e fingimos que não é importante. 

Na história a mãe solteira cria seus dois filhos. Ela abre mão de relacionamentos por ter que cuidar deles, enquanto o pai sai em busca de si mesmo numa viagem de auto descoberta vivendo as aventuras que acha melhor. Depois de um ano esse pai volta e sai com filhos no fim de semana, sendo o pai legal.  A mãe volta a estudar, encontra um outro companheiro que implica com os filhos e isso se repete. Ela sempre abrindo mão de si pelos filhos, enquanto o pai vive sua vida, seus relacionamentos e depois de maduro resolve casar de novo e ter mais um filho. A mulher, coitada, se sacrificou, sofreu privações pelos filhos, abriu mão de muitas coisas e no final os filhos saem de casa e ela fica sozinha. O pai criou outra família e ela perdeu a dela. Isso não é algo muito normal? Homens egoístas que vivem sua vida, acabam sendo até interessantes, cheio de personalidade, experiências, enquanto isso a mulher por amor e senso de responsabilidade faz o que deve ser feito e recebe da vida a solidão. Homens podem ter filhos até velhos, mulher depois da menopausa não procria mais, não gera uma família de novo. 

A natureza é sim muito machista, os homens prevalecem e a sociedade finge que a liberdade que as mulheres precisam é a de ter vários parceiros como se isso suprisse as necessidades internas de todos nós. O papel da mulher é triste, curto. No final do filme à mãe diz que queria mais da vida quando o filho sai de casa, se vê sozinha, todos fazendo ou refazendo suas vidas e ela só com o passado. Seria bom se isso fosse apenas ficção, mas só que não... Olhe para as mulheres de sua família, para as mais velhas, aquelas tiazinhas  cinquentonas e compare com os homens da mesma idade, veja quem está mais feliz, curtindo a vida é satisfeito consigo mesmo. Veja se isso é justo, homens que largam as mulheres para ficar com as novinhas, e muitas vezes dura, dura porque quando a novinha engravida ela quer um pai para seu filho, já as mais velhas mesmo ricas dificilmente prendem um mais novo. A genética fala mais alto, relacionamento e filhos andam quase sempre juntos, não e a toa que os gays querem tanto adotar. 

Quem sabe um dia o mundo seja um lugar melhor para as mulheres, onde sejam mais que objetos sexual, mais que apenas mãe, um ser que deve se sacrificar enquanto os homens se divertem. 
Que as mulheres tenham mais oportunidades e os homens mais responsabilidades. Que os homens sejam melhores pais, menos egoístas e saibam dar valor a família. A sociedade inteira ganharia com isso, afinal todo mundo pra nascer habitou um útero, que elas sejam respeitadas.