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sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

Conto _ Confissões Confusas

Meu nome é Irineu, nasci a 62 anos numa família de 6 irmãos, eu fui o quinto.  Éramos bem pobres, morávamos numa casa tão pequena que mal cabíamos nela. Frequentávamos uma igreja evangélica tradicional, o pastor era muito respeitado por nós. Cresci respeitando  todas as regras, pagávamos o dízimo certinho, não assistíamos tv, nos vestíamos de calça e blusa comprida mesmo no calor de rachar. Tudo isso era válido pelo céu no porvir.

Nunca fui muito bonito e nem era rico, o pastor pregava que primeiro tínhamos que buscar o reino dos céus. Não tínhamos vontade em acumular bens que a traça corrói e o ladrão rouba. Comecei a trabalhar numa padaria como ajudante do padeiro, aprendi a fazer bolos, pães e salgados.  Aos 19 anos  sem nunca ter beijado e nem poder me masturbar sem ter uma crise de consciência  terrível estava louco para casar. Mas as meninas da igreja procuram os homens com mais dinheiro, um padeiro não é algo muito atraente, másculo. Surgiam umas garotas que chamavam de infiéis que até sairiam comigo, mas eu me recusava, afinal pra que cair em tentação e perder a salvação? Meu coração doía quando via as moças que eu achava que poderia ser minha futura esposa saindo com outros, namorando, casando e eu sem perspectiva. O pastor dizia pra ter paciência e buscar as coisas do alto que tudo seria acrescentado. resolvi então me apegar mais a fé. Juntei dinheiro e paguei um curso livre de teologia, me aprofundei naquilo que acreditava, participava de congressos religiosos, jejuava e orava, fazia vigílias e me entreguei de corpo e alma. Os anos passavam não me tornei pastor mas pregava na igreja nos dias de semana, ajudava na tesouraria da igreja e também na organização de passeios. Mas dentro de mim ainda não tinha as respostas. Com o tempo sentia que a minha pregação era um repertório vazio e que não me acrescentava, dizia coisas que as pessoas á tinham ouvido, a maioria ia no culto durante a semana para ter algo para ir. ME achava infiel por ter esses pensamento, tinha muito, muito medo de ir para o inferno.

 Aos 28 anos conheci aquela que seria minha esposa. Ela cantava no coral, era cabeleireira tinha 23 anos e tinha se separado de um namorado que tinha arranjado outra mais bonita. Como estava desesperado e virgem encurtamos o namoro, quando fiz 29 anos casamos. Não a amava, nem ela a mim mas estava muito feliz em poder fazer sexo sem ter o peso do inferno. Ela era uma pessoa boa, gostava dela, mas amor mesmo isso não aconteceu, mas não esperava mais essas coisas, o que tinha me bastava. Alugamos uma casa pequena que matávamos para sustentar. Diminuí as pregações para fazer hora extra na padaria e dar conta das prestações. Depois de uns 2 anos ela começou a estranhar porque não engravidava. Entramos em campanha na igreja, mais jejum e oração, benção do pastor e exames médicos. Nessa pesquisa para saber o porquê de não engravidar acabou sendo despedida do salão, menos grana e mais remédios. Depois de um ano de investigação e tentativas frustradas o médico disse que só conseguiríamos se tentássemos uma fertilização in vitro, procedimento caro demais na época e não havia garantias que daria certo.


Entreguei nas mãos do Senhor. Um milagre poderia acontecer, continuava a orar, mas uma parte de mim já sabia que talvez tanto fervor não vá mudar a vontade divina, talvez Ele queira assim. Passou 1 ano e nada de milagre, eu já tinha desistido, embora muito angustiado. Ver todos com filhos e eu não, mas tem a história de Abraão, seria eu chamado por Deus e receber uma benção como ele? Eu um Abraão? Sabia que não, mas demonstrava para os outros minha fé, não parecia duvidare  nem me questionar. Era um exemplo de homem que segue o Senhor, estava juntando muitos tesouros no céu. Só que minha mulher não se conformava. Dizia que tínhamos quefazer empréstimos, morar com parente, fazer tudo para engravidar. Mas isso não me parecia sensato, lutar contra a vontade divina, colocar tudo em risco por um procedimento que teria poucas de dar certo em uma única tentativa. Milagres poderiam acontecer, só esperar a vontade do Pai. Não demorou muito e ela resolveu que não dava mais certo, foi embora e me deixou sem sexo. Pode até parecer estranho, mas essa foi a primeira coisa que pensei quando ela saiu. depois veio a saudade, doía. Orei, orei muito. Conversei com o pastor que aconselhou a orar e aceitar a decisão das pessoas e esperar que tudo se ajeite. Depois ela poderia voltar e até termos nossos filhos se essa a vontade de Deus. esperei, esperei e ela não voltou. Quando soube que ela foi morar com outro quase morri. O cara era mais bonito que eu e tinha dinheiro. era um divorciado dono de uma loja de variedades do lado da padaria que trabalhava a anos. Enquanto orava as lágrimas desciam tentando entender. Na época o pastor dizia que não era aconselhável casar de novo, que divórcio não era o que Deus planejava para seus filhos. Não apareceu ninguém também, mas eu estava pior que antes. Depois que soube como é bom ao ver as mulheres só associava a sexo. A abstinência me fez muito mal. Emagreci muito e tremia. Tive que ir num psiquiatra e tomar remédios tarja preta. Depois de pouco tempo soube que ela tinha engravidado através do tratamento recomendado. Dessa vez eu quis morrer. O filho que era para ser meu ela teve com outro. Ela era uma pessoa boa, mas pensava que estava em pecado, tinha saído da igreja, mas ela estava feliz e eu não. Nasceram gêmeos. ela nunca esteve mais bonita e mais feliz de uma forma que nunca esteve do meu lado.

Os anos passaram, não voltei a pregar porque ventos novos surgiram na igreja e como estava deprimido não pude acompanhar as transformações. Continuava na parte financeira da igreja e percebi como tudo começou a crescer. Não havia mais um pastor, mas pastores que ficavam por um tempo e saiam. Era tudo bem mais profissional, chegou um momento em que um simples padeiro se tornou obsoleto na tesouraria, fiquei na parte de apoio e acolhida. O tempo era cruel comigo, fiquei careca, seco e tinha crises de pânico.  Aquilo tudo me valia porque achava que teria o céu quando morresse. Com 50 anos desisti de vez de ter uma família. Estava velho, pobre e feio. Mas eu tinha Deus e a certeza que tinha feito tudo o que mandavam fazer. Depois eu vi que as coisas foram mudando, as roupas foram ficando mais justas, as pessoas casavam e recasavam na igreja, o ficar era aceito e outros costumes foram sendo agregados. Valores nos quais me baseei a vida foram relativizados, caducaram. Eu também me senti caduco. Se fosse com os costumes de hoje eu teria feito outras escolhas, alargaram o caminho para o céu, poderia ter sido feliz, ou tentado, porque eu não me esforcei aqui tentando chegar limpo lá em cima. Mas na verdade com tanta tristeza e amargura não me sinto puro, me sinto sujo de tristeza e decepção. Com 58 anos tive um ataque horrível e fui internado numa casa de repouso, no hospício vi pessoas piores do que que recebiam visitas. Nem isso eu recebi, não tinha família. Os parentes tinham saído da cidade, alguns irmãos foram visitar por obrigação uma única vez, foi frio. Senti que estava perdido, esperava o céu, mas tinha ganhado o inferno na terra por ser covarde. Fiquei 6 meses internado. Era digno de pena. Consegui voltar a trabalhar e alguns estranhos me ajudaram a me reerguer, minha ex esposa foi me ajudar. Foi caridosa, ela merecia o céu, mas no fundo queria que ela fosse pro inferno por ter me abandono e ter conseguido ser feliz como eu nunca fui. Seu marido me ajudou, seus filhos me fizeram companhia e me alegraram. Depois de mais firme dispensei a ajuda, sentia vergonha de mim por odiá-la, mas estava muito grato por tudo. Eu que não bom suficiente para ela

Quando completei 60 anos tive um infarte. Sabia que estava tendo um e não quis buscar ajuda médica. Queria morrer e ir pro céu.  Era madrugada, estava me preparando para ir pra padaria fazer a primeira fornada e senti a dor. Pressenti algo ruim naquilo e fiquei feliz. Nem saí de casa porque sabia que ia piorar e as pessoas poderiam me ajudar. Deitei e esperei enquanto orava. Perdi os sentidos e não vi nada, tudo preto, sem luz, sem anjos, sem túnel, sem querubins. Depois de 4 dias acordei numa CTI todo entubado. Tinham me achado as 11 horas em casa, estranham minha ausência e foram me procurar, como tinha ficado doente já estavam em alerta. Dois de meus irmãos foram me ver e minha ex mulher. Realmente acharam que eu ia morrer, saíram de suas cidades para me ver, foi mesmo muito grave, pena que deram viagem perdida porque não teve enterro. Depois disso passei por 2 cirurgias cardíacas, o coração foi lesionado para demora de atendimento. Não tinha jeito a solução é um transplante. Sei que vou morrer em breve e isso não me angustia mais do que a sensação de que perdi minha vida. Perdi a fé. No hospital conheci alguns ateus que explicavam como isso tudo era alienação, e juntando com o que vivi não via como negar o que eles afirmavam. Dentro de mim não sentia nada, tudo tinha mudado, desperdicei oportunidades que não voltarão. Pior, mas que perder a vida, perdi a esperança no céu que de alguma forma me consolava por ter me negado tanto. Tudo que fiz agora foi em vão.Não preciso mais orar, mas nada. O resto de vida que tenho só me serve de angustia, não tenho como fingir que acredito para ter conforto agora.Nem consigo me matar pela falta de coragem. Quando morrer isso passa, o bom e o mau passarão, a dor e o prazer. Não me sentirei mais culpado por não ter feito nada, poderia ter me culpado de algo que tivesse me feito feliz, ter tido prazer. Mas só restou a dor do passado, do presente e acabou o consolo do futuro, se bem que o nada pode ser consolador. Ou não.

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

Redes sociais e a inimizade casual

Gostava daquelas descrições enormes do orkut. As pessoas diziam um monte de coisas, era mais fácil visualizar suas preferências. Na verdade tenho muita saudade do orkut. Era mais fácil interagir com desconhecidos. Talvez seja falta de sorte, mas não encontrei muitos fóruns interessantes no face. Debater diferenças ideológicas com amigos no facebook é complicado. Muitas vezes as pessoas acabam curtindo só pra agradar e deixa de falar o que pensa de verdade pra não desagradar e perder a "amizade". Depois das redes sociais um encanto sobre militâncias e projetos virtuais deixaram de ser tão bonitos para mim. A gente vê pessoas defendendo animaizinhos,  liberdades mas estão ou compensando uma baita sujeira ou advogando em causa própria, salvo exceções. "Caridade" com seu grupo e impondo valores aos outros.

Prefiro que meus conhecidos e amigos não curtam tudo o que digo só por obrigação, não aplaudam todas publicações que faço só pra agradar. Esse só pra agradar é o que mata. 'Gosto de vc e se postar algo repugnante vou curtir pq  só puxando seu saco manteremos a amizade. ' As pessoas não querem amigos, querem aliados. Bom mesmo é debater com estranhos, vc fala o que pensa sem tantos melindres, sem faltar a educação, porque isso é necessário em qualquer relacionamento, até no de inimigos casuais.
Mais vale um inimigo casual verdadeiro do que uma amizade melindrosa cheia de máscara.

Obs: aqueles textos compridíssimos tiraram uma folguinha e voltam em breve cheios de ideias mirabolantes para mudar o mundo e o tradicional choramingo de como não consigo fazer isso.

terça-feira, 17 de fevereiro de 2015

Não sei votar

Não entendo muito de política. Não sei avaliar ao certo como escolher meu candidato. Os meios que tenho são a propaganda eleitoral, mas não dá pra "pegar"muita coisa. Olha só, é tudo muito rápido, muita música e só alguns candidatos falam muito e outros a gente mal consegue entender. Aquilo pode ser verdade, mas quem dirige são os marketeiros, então devo escolher baseado em quem fez um merchan melhor? Poderia tirar minha opinião pelo que sai nos jornais, mas peraí, em que jornais? Eles são tendenciosos também, tem um que fala bem de um partido e outro que só fala mal. Poderia me basear no que sai na TV câmara, nas leis do diário oficial, mas na verdade não entendo muito bem o que eles falam. Chego cansada do serviço e pra decidir o futuro do país tenho que ver algo que não compreendo direito, na verdade poucos assistem. Quem assiste isso?
Digamos que eu até assista, mas não é só ver os debates, tenho que entender os conceitos, deveria saber de política econômica internacional e comparar como está a situação do país no meio disso tudo. Como funciona a economia nacional, como as medidas impactam nossas vidas, não só agora mas no futuro também. Como não entendo poderia me inspirar em quem entende. Mas, quem entende também diverge e muito. Já sei, meus professores, mas eles muitas vezes não são isentos, são afiliados a partidos políticos e tem um discurso cheio de ideologismos.

Eu não sei votar.

Mas o estranho é que as pessoas votam mesmo sem se preocupar com tudo isso. e se der errado a culpa é da natureza humana, afinal a maioria das pessoas se corrompe nem que seja furando um sinal de trânsito, então desviar milhares da verba da saúde se compara a alguém pegar um atestado médico pra não ir trabalhar porque está cansado.

Votar no que vai ganhar pra não perder o voto, já ouvi muito essa estratégia. Uma das piores.

Votar naquele que meu grupo vai votar, afinal se enturmar é fundamental. É sério isso?

Votar porque alguém que admiro, uma celebridade qualquer defende o candidato, nem me importa se essa pessoa esteja recebendo incentivo$ para isso.

Não sei votar. O governo não ajuda muito com esses meios que nos dão para escolher. As pessoas em geral não entendem muito. Não aprendemos na escola como são as coisas de verdade, nem direito constitucional aprendemos. Tem um projeto que visa colocar essa matéria nas escolas, mas isso não vai melhorar a educação, há outras prioridades.

Parabenizo aqueles que sabem votar. Mas como vivemos numa democracia o voto de quem se informou e de quem votou porque achou um santinho no chão tem o mesmo valor te digo que não vale muito.


segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015

Eco

O que eu faço com minha liberdade de expressão? Nada. Certas pessoas podem falar muitas coisas e não são ouvidas, mesmo essas coisas tendo sentido. Não importa o que é dito, mas quem diz.

Algo em mim não compactua com o senso comum atual. Essas modas impostas a massa rarefeita de qualidade, fast food de cultura não me nutre mais como já aconteceu. Não encontro pessoas perto de mim que pensem como eu. As pessoas que poderia ter afinidade são repelidas por mim porque não tenho cultura suficiente, capacidade, status, talento para papearem sobre as besteiras que penso.

Dividir a dor faz doer menos, dividir a felicidade torna a alegria maior. Por isso a solidão dói tanto.  A culpa é apenas minha. Não sei ser diferente, reclamo as mesmas coisas a tempo, busquei muitas soluções. Muitas. Vi a minha lista no google e foi um monte de coisa relacionada a esse mal estar. E meses depois o que tenho? tarããã!!!! Um post chorão numa madrugada em que pensamentos emergem do esgoto do meu inconsciente resolvem feder aqui fora.

Talvez eu esteja escrevendo isso porque estou treinando para um personagem de um livro. Envolvendo meus leitores nesse universo melancólico. Só que não!!! Mas deveria, ficção atrai mais, tem o véu da mentira que te permite falar muitas verdades. Ah, como queria ter talento para usar essas minhas coisas em algo interessante, uma música, um livro... Mas não. Mas não. Tenho que me preocupar em lavar a louça, isso é que importa. Ela vai sujar de novo e de novo. Isso eu posso fazer, isso consigo fazer(embora até que mal feito), isso eu devo fazer.  O resto... Nossa, talvez uma boa pílula cale isso tudo. O conceito agora é que certas coisas embotadas ficam melhores quando não podem ser transformadas em algo belo. Poderia fazer análise, terapias alternativas! kkkkk Boa! Não tem onde moro, tudo isso é CARO, CARO.
É gente, melhor parar por aqui.

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

Corrupção e conformismo

- Mãe, ele também fez!!!

Gente, não aguento mais ver as consequências desse governo corrupto. Sério. O povo está lascado, aumento de impostos, recessão, roubalheira. Fruto de 13 anos desse governo que quando confrontado com seus erros só faz lembrar o que o governo anterior fez de ruim.
Ok, todos roubam, então vamos deixar quieto.

Só que não!!!

Deveríamos moralizar a política. Dizer que estamos fartos de tantos desmandos. O resultado desse caos não é fruto de governo anterior, nem de crise econômica, é resultado da irresponsabilidade com o povo.

Sou a favor do bolsa família. Acho que esse programa deve ser melhorado. Mas sabemos que isso só foi possível com a estabilidade econômica que se deu com o plano real. Sem essa medida esses programas sociais não seriam possíveis. Não adianta dar dinheiro para o povo colocar filho na escola, seria necessário um acompanhamento dessas famílias, assistentes sociais fazendo palestras,  acompanhando como a criança é educada, ver se o dinheiro é usado com a criança, não adianta dar bolsa e a mãe gastar a grana com o cabelo ou na farra. De que adianta colocar o filho na escola e não acompanhar? Acho que é importante que a família ganhe uma ajuda financeira para cuidar do filho, mas para CUIDAR de verdade. O governo começa o desleixo com a omissão quando faz vista grossa para as facções criminosas, sabe que tem, mas deixa quieto. O crime toma conta e o governo cobra imposto do cidadão comum. Todo mundo sabe onde as gangues atuam, mas....

Voltando para o governo, o povo está sobrecarregado. Se manifestar contra tudo isso é democrático, é o povo mostrar que merece respeito, que político não é o dono do país, nós é que os colocamos lá, temos o direito de participar, de dar nossa opinião. Colocam o dinheiro para ajudar outros países, abrimos as fronteiras e abrigamos os haitianos enquanto há milhares de pessoas desempregadas, sem acesso a saúde e educação de qualidade. Devemos fechar os olhos para tudo isso e argumentar que há 13 anos era pior? Qual era o contexto antes e qual é hoje? Devemos apenas nos conformar?

Sei que não adianta ficar vomitando essas palavras. Não pertenço a partido algum, acho que nossa política precisa de uma reforma profunda. Tem muita, muita, muita coisa errada, muita sujeira. Isso é um processo que só será possível se as pessoas se pronunciarem, a classe artística, intelectuais, o povo que tem um pouco de esclarecimento e que não seja vendido.  Sei que são apenas palavras soltas e que tudo vai dar em pizza, mas é triste ver um país com potencial como o Brasil nessa situação.
 Será que o Haiti é mesmo aqui?

Salve-se quem puder...  :|

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

Um tanto de mim

Durante imperiodo estive sentindo saudade de mim. Saudade de respirar melhor, sentir o vento, ser eu. Tentei a filosofia, teorias quânticas, metafísicas, religiosas. Tudo muito interessante, muita informação, rico, às vezes massacre, retórico e dogmático, mas muita coisa boa também. Porém é teoria. Teoria não traz felicidade, traz conhecimento e conhecimento sem poder de ação é inócuo. Experimentei a espiritualidades, aprendo, me encho de dúvidas, me deparo com meus limites e vejo quque são muitos. Sou muito, muito limitada. Muito pequena.
Me sentia grande porque dentro de mim era e não precisava do mundo, dentro dos meus padrões era perfeito, era alguém vivendo sua real natureza. Agora com tantas verdades mutáveis, cobranças, pressão interna e externa, solidão por incapacidade, introspecção inútil vejo que o que antes era bom agora não é tanto assim. Minhas perguntas podem até gerar respostas, mas não há uma satisfação plena em mim  e por mim.

De que adianta falar mal da política ? De que adianta filosofar sobre mil questões públicas, metafísicas se eu nada posso fazer em relação a maioria das coisas. Sou um zumbido no vazio. Tenho a sensação que tentei resolver uma difícil equação, tive progressos, mas algo está mal colocado. Talvez eu não saiba nem o que esteja dizendo, só sei tentei que a vida fosse mais e que fizesse mais sentido com a realidade que vejo e os impulsos que tenho. Só que....

Sinceramente, não sei concluir essa postagem.