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segunda-feira, 12 de outubro de 2015

E o pulso ainda pulsa...

Depois do último post pouco restou a dizer. Quando releio minhas palavras vejo que são verdades concretas que tento disfarçar. Na verdade nesses meses encontrei sim certa ilusão, esperança, senti como a vida pode ser boa, de como um sentimento pode mudar tudo, que a pessoa certa na hora certa faz toda diferença. Mas me esbarrei também em mim, na realidade, nessa montanha do que sou. Meus vários defeitos separam aquilo que eu poderia viver daquilo que sou. Sei que não sou uma pessoa ruim, mas ser bom(?) não leva a nada. Sou tímida, desajeitada, sem talento algum, sem status, sem amigos. Acho que o pior é não ter com quem falar. O ruim é saber que minha personalidade é minha pior inimiga. Desconfio que tenho algum problema mental. Não só emocional, psiquiátrico, mas algo mais comprometedor. Tenho uma letra horrível, dificuldade em organização,  memória  ruim, problemas de lateralidade, incapacidade de fazer e manter amigos. Juntando a tudo isso tenho auto crítica que me mata e não me cura. Há tempos sei da mediocridade que sou e não sei como fazer isso melhorar. As vezes parece palhaçada quando digo que não quero viver muito, não é pra chamar atenção, é medo de sofrer mesmo. Porque ser assim dói e muito. Não é covardia, quem me acompanha sabe que tento melhorar, que reclamo disso há tempo e é uma merda. Quero esperança, esperança... e principalmente realização. Não me chamem de ingrata, se ainda estou viva é por tudo que tenho graças a Deus. Sei dar o devido valor as coisas que possuo. Amo meus filhos ( agora 4!!!), minha família, o problema sou eu.

domingo, 17 de maio de 2015

Conclusão?

Um dos motivos que criei esse blog foi fazer um registro do que realmente sinto e penso, sem máscaras e preocupações com o que acham. Pensei também que talvez um dia meus filhos pudessem ter alguma curiosidade sobre mim. Mas pra eles pelo menos não preciso de um blog pra me comunicar, eles me conhecem bem como eu sou, todas as nuances, bobagens, profundezas e digressões. Na verdade, esse post não sei se quero que um dia eles leiam, podem acabar me achando fraca demais. Que se dane, isso também sou eu.


Completei 31 anos. Não, não é um número redondo, mas não é o número que interessa, é o momento em que vivo. Meus filhos estão crescendo e eu estou morrendo de medo. Medo de mais atrapalhar a vida deles do que ajudar e principalmente medo de sofrer. Não é um medo remoto, é um medo real, medo de algo que já sinto me corroer. Cada vez o tempo passa sinto que o que restou dos meus sonhos não se realizarão, que nunca serei uma pessoa melhor e que a vida é essa e acabou. Não tenho esperança. Na verdade tenho é que ficar feliz porque poderia ser pior. Sou muito grata por tudo mas isso não basta, ainda. Talvez no futuro tudo se acomode, talvez não. Não aguento mais passar por inúmeras crises emocionais em minha vida. Sou uma pessoa extremamente solitária com um mundo interno enorme e não tenho amigos, pessoas com que possa ter uma conversa sincera espontaneamente. Não suporto ouvir frases feitas de quem não entende o que sinto. Simplesmente estou fechada em mim mesma e não consigo sair. Não tenho um pingo de talento para nada, absolutamente nada e adoraria ter. Adoraria tantas coisas.... Seria tão bom poder ser eu sem medo de ser rejeitada. Mas como sou constantemente ignorada não sei me expressar mais.

Tentei a religião _ Ohhh, a religião! Tudo tão lindo e perfeito nas varias interpretações do que é o sagrado. Tentei a virtude, a mais pura e bela virtude e encontrei em mim a hipocrisia plena e a insatisfação, o vazio e principalmente o TÉDIO. Sim, existe fé, existe o sagrado e coisas sublimes, mas não alcanço da mesma forma que não alcanço as notas musicais ou um traço perfeito.  Já fui bem imoral, só que fui demais da conta e isso depois de vários excessos também trouxe vazio e tristeza.
Só o amor preenche, só o amor nos basta, só o amor nos faz sentir de fato o que é plenitude e felicidade. Mas meu amor é possessivo. Um tipo de amor que se não tenho aquilo que amo perto de mim correspondendo na mesma intensidade me faz sofrer absurdamente. Difícil não sofrer sendo desse jeito.
Não adianta falar que não deve ser assim, praticar o desapego, amor próprio. Palavras não resolvem. Já tentei todo tipo de palavra, frase, chega de auto engano e hipocrisia, sou isso: um nada carente desajeitado que se apega demais.

Não, não vou culpar o mundo. Culpo a mim mesma, não uma culpa na qual eu possa me redimir, pois não escolhi ser assim. Culpo a minha personalidade frágil, minhas emoções intensas, meus traumas, minha falta de resiliência, essas abstrações que nascem com a gente. Ter conhecimento de tudo isso não me tornou uma pessoa melhor. Aquela de conheça a ti mesmo não salva ninguém. Comigo não funcionou. Tampouco quero pena, pena também não resolve. Queria amigos sinceros, isso também jamais terei. Não tenho esperança. Por isso tudo que gostaria imensamente de não viver muito. Não quero muito mais tédio em minha vida, se não for pecado demais pedir isso. Pra mim não mais de 15 anos de vida e está bom. Sério. Não preciso de muito mais que isso. Pra que? Pra comer e cagar? E ainda acho que a maioria das pessoas inativas e improdutivas como eu que sofrem dessa mesma inutilidade e falta de perspectiva estariam melhor se não estivessem mais aqui. Gente, a vida é muito linda pra ser dessa forma. Mas quem não tem consciência disso e não sofre que continue aqui. Afinal As novelas e jogos de futebol precisam de audiência, a indústria farmacêutica precisa vender e os bares amam os derrotados....

Deus, perdoe minhas palavras.

domingo, 10 de maio de 2015

Dia das mães pode doer

Geralmente dia das mães é mais leve que dia dos pais. É mais fácil ver pessoas sem o nome do pai do que da mãe, pai desconhecido infelizmente é comum, mãe não.

Maternidade é coisa séria e complexa. Hoje é um dia feliz para muitos, mas triste também para outros. Muitas mães não tem mais seus filhos porque morreram ou porque eles se afastaram de tal forma que não consegue trocar mais que duas frases. Mães e filhos que perderam o entrosamento, o interesse de se relacionarem com amor e respeito. As vezes só sobra a obrigação de entregar um presente ou ligação forçada, muitas vezes nem isso.
A vida faz dessas coisas, mas deveria? nesses casos quem mais sofre é a mãe, geralmente é a parte esquecida, a pessoa velha que perdeu o valor.


Nem sempre as mães são vítimas da ingratidão. Muitas mães são péssimas. Traumatizam os filhos, abandonam, renegam e depois esperam colher um amor que nunca plantou. Muitos filhos choram hoje não por que suas mães morreram, mas porque têm mães horríveis, mães distantes afetivamente, mães que nunca foram mães de verdade.

É mais fácil chorar de saudade do que pelo vazio deixado por alguém que nos faltou com o amor que precisávamos. Quando morre foi a vida que impediu, mas quando se é rejeitado é dói mais. Perdoar é o caminho, compreender e esquecer. Mas as cicatrizes ficam.

Outro grupo que sofre muito nesse dia são as que nunca foram mães e desejaram muito ser. Aquelas que tentaram, tiveram um filho no seu ventre e não nasceu. O vazio dói sempre mais. O vazio de não ter recebido amor, de dar amor.

Tirando esses e outros dramas o dia das mães é muito bom. Mesmo quem não teve mãe teve alguém que deu o carinho de uma, seja a avó, tia, uma mãe adotiva... Não é perfeito, mas as pessoas procuram um jeito, ficar sem amor é que não dá. Dói demais.

terça-feira, 24 de março de 2015

Meu tipo de feminismo

Antes mesmo de ter noção sobre essas organizações feministas, já na infância fui construindo minha visão de mundo na perspectiva feminina.

O que logo percebi é que na essência somos todos a mesma coisa, não há homem, mulher, há vida, há humanidade. Todos sentem dor, frio, fome, desejo, alegrias e tristezas.  Temos personalidades diferentes independente do sexo, uns são mais atirados, atrevidos, desafiadores outros reservados. Isso independe de gênero. Mas há certas atribuições que são tipicamente masculinas e femininas.  Mulher está mais para o gerar, criar, cuidar.   Mulher em suma é mais delicada. Não que seja impossível uma mulher ser guerreira, mas não é regra.
Há muitos homens maternais, delicados, mas exceções não devem ser generalizadas e impostas.  Cada um sabe o que é e o que sente, a pessoa ser o que a sua essência emana é a verdadeira liberdade.

Não acredito que ser mulher é apenas uma construção social. Ser mulher está intrínseco  na sua condição de fêmea e isso perpassa condicionamentos sociais. Na natureza as fêmeas tem suas atribuições, sua forma de se apresentar. A leoa não tem a juba do leão, a galinha não tem o canto do galo, a vaca não tem os chifres do boi. A mulher não tem barba, não tem a mesma força que o homem, mulher menstrua, mulher sofre na menopausa, mulher engravida e pode morrer nesse lindo e sagrado processo. O cérebro da mulher e do homem não são iguais, há características próprias que os distinguem. Em momento algum estou afirmando que mulher seja inferior ao homem, embora biologicamente falando a natureza geralmente se apresente machista: leia aqui.

O que levou a tanto ódio é brigas ferrenhas foi o abuso do homem sobre a mulher. O homem  que fazia suas leis protegia os interesses dos homens  e as mulheres eram sempre deixadas a segundo plano. Mulher: um objeto sexual e procriativo.  Mulher só tem valor enquanto é bela e pode dar prazer sexual. A mulher depois que começa a perder sua sensualidade se torna uma senhorinha,  diminuta, um ser descartável, uma bruxa enjoada.
Nem mesmo todo o feminismo ativista e pulsante mudou essa ideia. Homens velhos, cabeças brancas casam-se com mulheres jovens e formam família até duradoura, o inverso não ocorre. A mulher tem que por todas as formas manter uma aparência jovem com cabelos pintados, plásticas, ginásticas, tratamentos estéticos, cremes caros. A juventude artificial é só para as que tem condições financeiras, mulheres pobres e velhas.... valor social nulo.
Mulher nova, bonita e pobre tem chance de conseguir através da exposição do seu corpo (prostituição em seus diversos níveis) ou casamento se sobressair. E a inteligência? Sim, conta. Mas mulher bonita e inteligente tem muito mais oportunidade. Há sempre o caso daquela moça feia, pobre que venceu na vida por sua capacidade. Parabéns, mas é raro, muito raro.

Sou a favor de dar sempre mais oportunidade para mulher se livrar desse estigma de objeto.  Porque ao mesmo tempo que algumas ascendem por sua beleza efêmera, muitas são desprezadas e colocadas na invisibilidade  apenas por ser mulher e ter passado do ponto. Mulher tem prazo de validade muito curto. Isso é injusto, não é questão social, os próprios ovários determinam isso. Mas se quisermos melhorar essa questão seria enfraquecendo a visão de mulher objeto e colocar o foco no potencial humano que todo temos independente do gênero e da idade.

Sou contra a tendência imposta em querer igualar homens e mulheres em tudo. Não somos iguais. Mulher tem outras necessidades. A mulher deveria ter mais apoio na hora de engravidar e de criar seus filhos. Isso não é só pela mulher, mas pela sociedade como um todo. Educação, afeto na primeira infância são fundamentais para o futuro, por mais que as creches sejam boas, nada como a mãe.  Sim a mulher quer trabalhar e é competente no que faz _ aquela que quer também, ser dona de casa tem sim seu valor. Da mesma forma que a mulher tem o direito de escolher o que quer para si, se filhos e casamento não estiverem em seus planos ninguém tem nada a ver com isso,  a mulher também que quiser e puder  ser dona de casa ninguém tem que criticar, direito de cada uma ser e estar onde se sente melhor.

Nós merecemos espaço no mercado de trabalho, somos competentes, mas somos mulheres e mães. Não acho justo ter que sacrificar um ou outro. Tudo pode ser conciliado se a sociedade colaborar. A licença maternidade poderia ser maior, a mulher com filho pequeno ter redução na carga horária, maior flexibilidade.  As empresas poderiam ser incentivadas a contratar mulher que se afastaram do mercado de trabalho por estarem cuidando de seus filhos, se as empresas recebem incentivos pra contratar ex presidiários por que não contratar mulher que estavam exercendo a maternidade? As  mulheres se veem obrigadas a  se dedicar mais a carreira em detrimento de seus filhos por causa da necessidade de se sustentar. Vive numa corda bamba, muitas culpadas, estigmatizadas e passando essa carga negativa para as novas gerações. Mulher não é heroína, não temos super poderes, precisamos de ajuda sim.

Por último, sou contra a ideia de que a mulher por ser dona do seu corpo tem o direito de tirar a vida que cresce em seu ventre. Sou contra o aborto. Sou a favor da mulher, do respeito, da igualdade de direitos e principalmente da vida. Não sei se posso me dizer feminista, mas sou da minha maneira.  Antes de ser mulher sou um ser humano e por isso não posso ser a favor do aborto, a vida está acima das questões de gênero.

domingo, 22 de março de 2015

Faltas

Dessa vez não tem opinião sobre nada, só achismos subjetivos sobre sentimentos e traumas de minha vida.

Ultimamente tenho sentido falta de sentir prazer com coisas triviais.
Sinto falta dos sonhos realizados e dos que são possíveis de serem.
Sinto falta de uma boa conversa sem medo de melindres, podendo falar alto, falar errado, xingar, brincar e depois acabar tudo ali. Sem ressentimentos.
Sinto falta da infância, fui um desastre na adolescência. Nunca me encaixei em lugar algum. Sou uma eremita que sente falta do grupo e não consegue viver nele.
Sinto falta do meu pai, de como minha mãe era perto dele e que como se tornava tudo completo apesar dos apesares da vida.
Sinto falta da inocência sábia. Da fé verdeira sem dogmatismo.  De respirar leve.

Me sinto gritando dentro de um sonho e ninguém ouvindo. Ninguém quer me ouvir, talvez nem possa.
Se não é verdadeiro e natural me ofende e não quero. Fico assim, desse jeito, nas minhas faltas e na minha resignação.

Já escrevi textos como esse a tempos atrás, é só ver no meu histórico, conheço essa minha dor.  Sei que não passa.  Mas antes eu até esperava milagres. Mas hoje vejo que certas deficiências na alma são graves como no corpo, amputados não tem seus membros recuperados por mais que queiram. Algo foi amputado em mim, devo ter uma deficiência psicológica, mental. Não sei...  Sei que não sou normal. O jeito é lidar com isso e agradecer por não pior.

terça-feira, 17 de março de 2015

O perigo do aumento da expectativa de vida

Uma das prerrogativas da humanidade é modificar a natureza através da tecnologia. Manipulamos o meio e criamos condições mais favoráveis a sobrevivência. Mesmo assim a natureza tem sua força e a humanidade ainda é limitado por ela. A natureza é sábia, nós é que somos arrogantes algumas vezes.   Em alguns assuntos é natureza está certa e mudar seu curso sem considerar as consequências  é estupidez. O ciclo da vida é soberano: nascer, crescer, reproduzir, envelhecer e morrer. Estamos alterando isso e o resultado é  problemático.  Nos países desenvolvidos, onde o homem tem maior domínio das forças naturais, os nascimentos  estão diminuindo, as pessoas estão estendendo a velhice por mais tempo. O aumento da expectativa de vida está sendo um problema não só de saúde pública, mas econômico, cultural, social, político muito sério. Com menos crianças, poucos jovens quem irá trabalhar? Os idosos apesar de viverem mais não produzem da mesma forma. Solução? Importar mão de obra de outros países. Isso pode gerar problemas gravíssimos com a descaracterização da cultura original, aumento da violência, problemas políticos decorrentes de grupos terroristas.

Se os idosos vivessem mais e continuassem com a força da juventude isso não seria problema. Daqui uns anos os países europeus perderão suas características e se tornarão campos de guerra como é no oriente médio, e África. Isso tudo por causa do apego. É preciso respeitar o ciclo da vida, deixem os bebês nascerem, deixem os idosos morrerem. É duro, é cruel, mas assim que o mundo evoluiu até hoje e se queremos um futuro digno devemos deixar a vida seguir seu curso, o bem morrer para que o novo venha e restabeleça o ciclo através do equilíbrio.

Não pensem que digo isso com frieza. Sou uma das pessoas mais apegadas que há. Lógico que é triste ver um parente morrer, ninguém quer perder pai e mãe mesmo sendo múmias. Fato. Amor é assim mesmo. Mas alguém precisa equilibrar com a razão e o governo poderia cumprir esse papel. Não é para matar idosos, é para trabalhar essa aceitação e não gastarmos tanto com intervenções médicas invasivas na terceira idade. Não é eutanásia, não é assassinato em série, não é campo de concentração. É deixar a natureza agir e usarmos mais os cuidados paliativos para fornecer qualidade de vida até o fim e não estender a vida sem qualidade indefinidamente.

Em contra partida os jovens deveriam se sacrificar mais pelo seu país e ter filhos. Se morrer é preciso, nascer é ainda mais. Mas não é para nascer sem controle de qualquer jeito. é ter um planejamento familiar onde incluam filhos, de preferência mais e o governo deveria incentivar isso. Mulheres deveriam ganhar benefícios por ter filhos, escola, creches públicas de boa qualidade,  empresas com creche, carga horária reduzida e flexível para as mães, incentivar a paternidade responsável e os laços familiares.

Se não debatermos sobre isso, se os governos não olharem para essas questões em breve a Europa entrará num colapso econômico ( já está!!) e o político será talvez irreversível. Não sou europeia, mas como brasileira, colonizada por eles tenho uma ligação com esse povo que tanto contribuiu para o avanço da humanidade. Se não fossem os europeus não falaria português, não teria acesso a tantas descobertas científicas e tecnologia.
O aumento da expectativa de vida tal como vem acontecendo está gerando mais prejuízos do que um aumento no índice da qualidade de vida. Tudo tem preço, vele a pena mesmo desistir do futuro com poucas crianças e mais idosos? Pensem.

Europa, acorde e desapegue, pode ser tarde depois, senão investir nas crianças não terá futuro.

domingo, 15 de março de 2015

Manifestações contra o governo




Hoje teve manifestação contra o PT e a roubalheira que vem sendo noticiada ultimamente. O rombo na Petrobras , a crise financeira que o Brasil vem passando gera um sentimento de revolta muito grande. Até quem votou no PT está angustiado com os aumentos nas tarifas, políticas dúbias de assistencialismo com imigrantes (pagando haitianos para protestar pró governo.

Não gosto de multidão. Não gosto de comício.  Mas dessa vez fui ver de perto uma manifestação dessa. Não fui contra a Dilma, nem contra o PT propriamente, fui pelo povo engrossar o coro dos revoltados com tantas injustiças. É triste ver pessoas sem acesso a saúde, morrendo nas filas de hospitais, crianças crescendo em favelas sem o mínimo de segurança, amedrontadas correndo risco de vida ou de serem aliciadas ao crime. O que o governo faz? vista grossa. O ECA  nesses momentos se nega ao ouvir o eco do choro das crianças vítimas da violência, ou das vítimas que essas mesmas crianças podem fazer ao se tornar criminosas.  Chega!!!  O cidadão comum tem medo de andar na rua e ser roubado, a criminalidade está alarmante, celulares são roubados de forma corriqueira, é como pisar numa poça de lama ou ser batizada por um cocô de passarinho, faz parte... Não deveria ser assim. Não deve.  O Brasil está recebendo uma quantidade considerável de imigrantes sendo que não há emprego suficiente para os brasileiros, muitos estão perdendo o seu. A  crise na Petrobras demitiu muita gente. 


Mais do que caridade o povo precisa ter seus direitos respeitados. O direito de conquistar seu prato de comida sem ter que depender da bondade alheia. Lutar pelo direito das pessoas é a forma mais efetiva de proporcionar a elas dignidade. Sim, devemos ajudar quem precisa da forma que pudermos, mas não podemos ficar omissos com um governo que tira os direitos dos cidadãos, bolsa família é muito bom mas não compra o direito de roubar a dignidade das pessoas.











sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

Conto _ Confissões Confusas

Meu nome é Irineu, nasci a 62 anos numa família de 6 irmãos, eu fui o quinto.  Éramos bem pobres, morávamos numa casa tão pequena que mal cabíamos nela. Frequentávamos uma igreja evangélica tradicional, o pastor era muito respeitado por nós. Cresci respeitando  todas as regras, pagávamos o dízimo certinho, não assistíamos tv, nos vestíamos de calça e blusa comprida mesmo no calor de rachar. Tudo isso era válido pelo céu no porvir.

Nunca fui muito bonito e nem era rico, o pastor pregava que primeiro tínhamos que buscar o reino dos céus. Não tínhamos vontade em acumular bens que a traça corrói e o ladrão rouba. Comecei a trabalhar numa padaria como ajudante do padeiro, aprendi a fazer bolos, pães e salgados.  Aos 19 anos  sem nunca ter beijado e nem poder me masturbar sem ter uma crise de consciência  terrível estava louco para casar. Mas as meninas da igreja procuram os homens com mais dinheiro, um padeiro não é algo muito atraente, másculo. Surgiam umas garotas que chamavam de infiéis que até sairiam comigo, mas eu me recusava, afinal pra que cair em tentação e perder a salvação? Meu coração doía quando via as moças que eu achava que poderia ser minha futura esposa saindo com outros, namorando, casando e eu sem perspectiva. O pastor dizia pra ter paciência e buscar as coisas do alto que tudo seria acrescentado. resolvi então me apegar mais a fé. Juntei dinheiro e paguei um curso livre de teologia, me aprofundei naquilo que acreditava, participava de congressos religiosos, jejuava e orava, fazia vigílias e me entreguei de corpo e alma. Os anos passavam não me tornei pastor mas pregava na igreja nos dias de semana, ajudava na tesouraria da igreja e também na organização de passeios. Mas dentro de mim ainda não tinha as respostas. Com o tempo sentia que a minha pregação era um repertório vazio e que não me acrescentava, dizia coisas que as pessoas á tinham ouvido, a maioria ia no culto durante a semana para ter algo para ir. ME achava infiel por ter esses pensamento, tinha muito, muito medo de ir para o inferno.

 Aos 28 anos conheci aquela que seria minha esposa. Ela cantava no coral, era cabeleireira tinha 23 anos e tinha se separado de um namorado que tinha arranjado outra mais bonita. Como estava desesperado e virgem encurtamos o namoro, quando fiz 29 anos casamos. Não a amava, nem ela a mim mas estava muito feliz em poder fazer sexo sem ter o peso do inferno. Ela era uma pessoa boa, gostava dela, mas amor mesmo isso não aconteceu, mas não esperava mais essas coisas, o que tinha me bastava. Alugamos uma casa pequena que matávamos para sustentar. Diminuí as pregações para fazer hora extra na padaria e dar conta das prestações. Depois de uns 2 anos ela começou a estranhar porque não engravidava. Entramos em campanha na igreja, mais jejum e oração, benção do pastor e exames médicos. Nessa pesquisa para saber o porquê de não engravidar acabou sendo despedida do salão, menos grana e mais remédios. Depois de um ano de investigação e tentativas frustradas o médico disse que só conseguiríamos se tentássemos uma fertilização in vitro, procedimento caro demais na época e não havia garantias que daria certo.


Entreguei nas mãos do Senhor. Um milagre poderia acontecer, continuava a orar, mas uma parte de mim já sabia que talvez tanto fervor não vá mudar a vontade divina, talvez Ele queira assim. Passou 1 ano e nada de milagre, eu já tinha desistido, embora muito angustiado. Ver todos com filhos e eu não, mas tem a história de Abraão, seria eu chamado por Deus e receber uma benção como ele? Eu um Abraão? Sabia que não, mas demonstrava para os outros minha fé, não parecia duvidare  nem me questionar. Era um exemplo de homem que segue o Senhor, estava juntando muitos tesouros no céu. Só que minha mulher não se conformava. Dizia que tínhamos quefazer empréstimos, morar com parente, fazer tudo para engravidar. Mas isso não me parecia sensato, lutar contra a vontade divina, colocar tudo em risco por um procedimento que teria poucas de dar certo em uma única tentativa. Milagres poderiam acontecer, só esperar a vontade do Pai. Não demorou muito e ela resolveu que não dava mais certo, foi embora e me deixou sem sexo. Pode até parecer estranho, mas essa foi a primeira coisa que pensei quando ela saiu. depois veio a saudade, doía. Orei, orei muito. Conversei com o pastor que aconselhou a orar e aceitar a decisão das pessoas e esperar que tudo se ajeite. Depois ela poderia voltar e até termos nossos filhos se essa a vontade de Deus. esperei, esperei e ela não voltou. Quando soube que ela foi morar com outro quase morri. O cara era mais bonito que eu e tinha dinheiro. era um divorciado dono de uma loja de variedades do lado da padaria que trabalhava a anos. Enquanto orava as lágrimas desciam tentando entender. Na época o pastor dizia que não era aconselhável casar de novo, que divórcio não era o que Deus planejava para seus filhos. Não apareceu ninguém também, mas eu estava pior que antes. Depois que soube como é bom ao ver as mulheres só associava a sexo. A abstinência me fez muito mal. Emagreci muito e tremia. Tive que ir num psiquiatra e tomar remédios tarja preta. Depois de pouco tempo soube que ela tinha engravidado através do tratamento recomendado. Dessa vez eu quis morrer. O filho que era para ser meu ela teve com outro. Ela era uma pessoa boa, mas pensava que estava em pecado, tinha saído da igreja, mas ela estava feliz e eu não. Nasceram gêmeos. ela nunca esteve mais bonita e mais feliz de uma forma que nunca esteve do meu lado.

Os anos passaram, não voltei a pregar porque ventos novos surgiram na igreja e como estava deprimido não pude acompanhar as transformações. Continuava na parte financeira da igreja e percebi como tudo começou a crescer. Não havia mais um pastor, mas pastores que ficavam por um tempo e saiam. Era tudo bem mais profissional, chegou um momento em que um simples padeiro se tornou obsoleto na tesouraria, fiquei na parte de apoio e acolhida. O tempo era cruel comigo, fiquei careca, seco e tinha crises de pânico.  Aquilo tudo me valia porque achava que teria o céu quando morresse. Com 50 anos desisti de vez de ter uma família. Estava velho, pobre e feio. Mas eu tinha Deus e a certeza que tinha feito tudo o que mandavam fazer. Depois eu vi que as coisas foram mudando, as roupas foram ficando mais justas, as pessoas casavam e recasavam na igreja, o ficar era aceito e outros costumes foram sendo agregados. Valores nos quais me baseei a vida foram relativizados, caducaram. Eu também me senti caduco. Se fosse com os costumes de hoje eu teria feito outras escolhas, alargaram o caminho para o céu, poderia ter sido feliz, ou tentado, porque eu não me esforcei aqui tentando chegar limpo lá em cima. Mas na verdade com tanta tristeza e amargura não me sinto puro, me sinto sujo de tristeza e decepção. Com 58 anos tive um ataque horrível e fui internado numa casa de repouso, no hospício vi pessoas piores do que que recebiam visitas. Nem isso eu recebi, não tinha família. Os parentes tinham saído da cidade, alguns irmãos foram visitar por obrigação uma única vez, foi frio. Senti que estava perdido, esperava o céu, mas tinha ganhado o inferno na terra por ser covarde. Fiquei 6 meses internado. Era digno de pena. Consegui voltar a trabalhar e alguns estranhos me ajudaram a me reerguer, minha ex esposa foi me ajudar. Foi caridosa, ela merecia o céu, mas no fundo queria que ela fosse pro inferno por ter me abandono e ter conseguido ser feliz como eu nunca fui. Seu marido me ajudou, seus filhos me fizeram companhia e me alegraram. Depois de mais firme dispensei a ajuda, sentia vergonha de mim por odiá-la, mas estava muito grato por tudo. Eu que não bom suficiente para ela

Quando completei 60 anos tive um infarte. Sabia que estava tendo um e não quis buscar ajuda médica. Queria morrer e ir pro céu.  Era madrugada, estava me preparando para ir pra padaria fazer a primeira fornada e senti a dor. Pressenti algo ruim naquilo e fiquei feliz. Nem saí de casa porque sabia que ia piorar e as pessoas poderiam me ajudar. Deitei e esperei enquanto orava. Perdi os sentidos e não vi nada, tudo preto, sem luz, sem anjos, sem túnel, sem querubins. Depois de 4 dias acordei numa CTI todo entubado. Tinham me achado as 11 horas em casa, estranham minha ausência e foram me procurar, como tinha ficado doente já estavam em alerta. Dois de meus irmãos foram me ver e minha ex mulher. Realmente acharam que eu ia morrer, saíram de suas cidades para me ver, foi mesmo muito grave, pena que deram viagem perdida porque não teve enterro. Depois disso passei por 2 cirurgias cardíacas, o coração foi lesionado para demora de atendimento. Não tinha jeito a solução é um transplante. Sei que vou morrer em breve e isso não me angustia mais do que a sensação de que perdi minha vida. Perdi a fé. No hospital conheci alguns ateus que explicavam como isso tudo era alienação, e juntando com o que vivi não via como negar o que eles afirmavam. Dentro de mim não sentia nada, tudo tinha mudado, desperdicei oportunidades que não voltarão. Pior, mas que perder a vida, perdi a esperança no céu que de alguma forma me consolava por ter me negado tanto. Tudo que fiz agora foi em vão.Não preciso mais orar, mas nada. O resto de vida que tenho só me serve de angustia, não tenho como fingir que acredito para ter conforto agora.Nem consigo me matar pela falta de coragem. Quando morrer isso passa, o bom e o mau passarão, a dor e o prazer. Não me sentirei mais culpado por não ter feito nada, poderia ter me culpado de algo que tivesse me feito feliz, ter tido prazer. Mas só restou a dor do passado, do presente e acabou o consolo do futuro, se bem que o nada pode ser consolador. Ou não.

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

Redes sociais e a inimizade casual

Gostava daquelas descrições enormes do orkut. As pessoas diziam um monte de coisas, era mais fácil visualizar suas preferências. Na verdade tenho muita saudade do orkut. Era mais fácil interagir com desconhecidos. Talvez seja falta de sorte, mas não encontrei muitos fóruns interessantes no face. Debater diferenças ideológicas com amigos no facebook é complicado. Muitas vezes as pessoas acabam curtindo só pra agradar e deixa de falar o que pensa de verdade pra não desagradar e perder a "amizade". Depois das redes sociais um encanto sobre militâncias e projetos virtuais deixaram de ser tão bonitos para mim. A gente vê pessoas defendendo animaizinhos,  liberdades mas estão ou compensando uma baita sujeira ou advogando em causa própria, salvo exceções. "Caridade" com seu grupo e impondo valores aos outros.

Prefiro que meus conhecidos e amigos não curtam tudo o que digo só por obrigação, não aplaudam todas publicações que faço só pra agradar. Esse só pra agradar é o que mata. 'Gosto de vc e se postar algo repugnante vou curtir pq  só puxando seu saco manteremos a amizade. ' As pessoas não querem amigos, querem aliados. Bom mesmo é debater com estranhos, vc fala o que pensa sem tantos melindres, sem faltar a educação, porque isso é necessário em qualquer relacionamento, até no de inimigos casuais.
Mais vale um inimigo casual verdadeiro do que uma amizade melindrosa cheia de máscara.

Obs: aqueles textos compridíssimos tiraram uma folguinha e voltam em breve cheios de ideias mirabolantes para mudar o mundo e o tradicional choramingo de como não consigo fazer isso.

terça-feira, 17 de fevereiro de 2015

Não sei votar

Não entendo muito de política. Não sei avaliar ao certo como escolher meu candidato. Os meios que tenho são a propaganda eleitoral, mas não dá pra "pegar"muita coisa. Olha só, é tudo muito rápido, muita música e só alguns candidatos falam muito e outros a gente mal consegue entender. Aquilo pode ser verdade, mas quem dirige são os marketeiros, então devo escolher baseado em quem fez um merchan melhor? Poderia tirar minha opinião pelo que sai nos jornais, mas peraí, em que jornais? Eles são tendenciosos também, tem um que fala bem de um partido e outro que só fala mal. Poderia me basear no que sai na TV câmara, nas leis do diário oficial, mas na verdade não entendo muito bem o que eles falam. Chego cansada do serviço e pra decidir o futuro do país tenho que ver algo que não compreendo direito, na verdade poucos assistem. Quem assiste isso?
Digamos que eu até assista, mas não é só ver os debates, tenho que entender os conceitos, deveria saber de política econômica internacional e comparar como está a situação do país no meio disso tudo. Como funciona a economia nacional, como as medidas impactam nossas vidas, não só agora mas no futuro também. Como não entendo poderia me inspirar em quem entende. Mas, quem entende também diverge e muito. Já sei, meus professores, mas eles muitas vezes não são isentos, são afiliados a partidos políticos e tem um discurso cheio de ideologismos.

Eu não sei votar.

Mas o estranho é que as pessoas votam mesmo sem se preocupar com tudo isso. e se der errado a culpa é da natureza humana, afinal a maioria das pessoas se corrompe nem que seja furando um sinal de trânsito, então desviar milhares da verba da saúde se compara a alguém pegar um atestado médico pra não ir trabalhar porque está cansado.

Votar no que vai ganhar pra não perder o voto, já ouvi muito essa estratégia. Uma das piores.

Votar naquele que meu grupo vai votar, afinal se enturmar é fundamental. É sério isso?

Votar porque alguém que admiro, uma celebridade qualquer defende o candidato, nem me importa se essa pessoa esteja recebendo incentivo$ para isso.

Não sei votar. O governo não ajuda muito com esses meios que nos dão para escolher. As pessoas em geral não entendem muito. Não aprendemos na escola como são as coisas de verdade, nem direito constitucional aprendemos. Tem um projeto que visa colocar essa matéria nas escolas, mas isso não vai melhorar a educação, há outras prioridades.

Parabenizo aqueles que sabem votar. Mas como vivemos numa democracia o voto de quem se informou e de quem votou porque achou um santinho no chão tem o mesmo valor te digo que não vale muito.


segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015

Eco

O que eu faço com minha liberdade de expressão? Nada. Certas pessoas podem falar muitas coisas e não são ouvidas, mesmo essas coisas tendo sentido. Não importa o que é dito, mas quem diz.

Algo em mim não compactua com o senso comum atual. Essas modas impostas a massa rarefeita de qualidade, fast food de cultura não me nutre mais como já aconteceu. Não encontro pessoas perto de mim que pensem como eu. As pessoas que poderia ter afinidade são repelidas por mim porque não tenho cultura suficiente, capacidade, status, talento para papearem sobre as besteiras que penso.

Dividir a dor faz doer menos, dividir a felicidade torna a alegria maior. Por isso a solidão dói tanto.  A culpa é apenas minha. Não sei ser diferente, reclamo as mesmas coisas a tempo, busquei muitas soluções. Muitas. Vi a minha lista no google e foi um monte de coisa relacionada a esse mal estar. E meses depois o que tenho? tarããã!!!! Um post chorão numa madrugada em que pensamentos emergem do esgoto do meu inconsciente resolvem feder aqui fora.

Talvez eu esteja escrevendo isso porque estou treinando para um personagem de um livro. Envolvendo meus leitores nesse universo melancólico. Só que não!!! Mas deveria, ficção atrai mais, tem o véu da mentira que te permite falar muitas verdades. Ah, como queria ter talento para usar essas minhas coisas em algo interessante, uma música, um livro... Mas não. Mas não. Tenho que me preocupar em lavar a louça, isso é que importa. Ela vai sujar de novo e de novo. Isso eu posso fazer, isso consigo fazer(embora até que mal feito), isso eu devo fazer.  O resto... Nossa, talvez uma boa pílula cale isso tudo. O conceito agora é que certas coisas embotadas ficam melhores quando não podem ser transformadas em algo belo. Poderia fazer análise, terapias alternativas! kkkkk Boa! Não tem onde moro, tudo isso é CARO, CARO.
É gente, melhor parar por aqui.

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

Corrupção e conformismo

- Mãe, ele também fez!!!

Gente, não aguento mais ver as consequências desse governo corrupto. Sério. O povo está lascado, aumento de impostos, recessão, roubalheira. Fruto de 13 anos desse governo que quando confrontado com seus erros só faz lembrar o que o governo anterior fez de ruim.
Ok, todos roubam, então vamos deixar quieto.

Só que não!!!

Deveríamos moralizar a política. Dizer que estamos fartos de tantos desmandos. O resultado desse caos não é fruto de governo anterior, nem de crise econômica, é resultado da irresponsabilidade com o povo.

Sou a favor do bolsa família. Acho que esse programa deve ser melhorado. Mas sabemos que isso só foi possível com a estabilidade econômica que se deu com o plano real. Sem essa medida esses programas sociais não seriam possíveis. Não adianta dar dinheiro para o povo colocar filho na escola, seria necessário um acompanhamento dessas famílias, assistentes sociais fazendo palestras,  acompanhando como a criança é educada, ver se o dinheiro é usado com a criança, não adianta dar bolsa e a mãe gastar a grana com o cabelo ou na farra. De que adianta colocar o filho na escola e não acompanhar? Acho que é importante que a família ganhe uma ajuda financeira para cuidar do filho, mas para CUIDAR de verdade. O governo começa o desleixo com a omissão quando faz vista grossa para as facções criminosas, sabe que tem, mas deixa quieto. O crime toma conta e o governo cobra imposto do cidadão comum. Todo mundo sabe onde as gangues atuam, mas....

Voltando para o governo, o povo está sobrecarregado. Se manifestar contra tudo isso é democrático, é o povo mostrar que merece respeito, que político não é o dono do país, nós é que os colocamos lá, temos o direito de participar, de dar nossa opinião. Colocam o dinheiro para ajudar outros países, abrimos as fronteiras e abrigamos os haitianos enquanto há milhares de pessoas desempregadas, sem acesso a saúde e educação de qualidade. Devemos fechar os olhos para tudo isso e argumentar que há 13 anos era pior? Qual era o contexto antes e qual é hoje? Devemos apenas nos conformar?

Sei que não adianta ficar vomitando essas palavras. Não pertenço a partido algum, acho que nossa política precisa de uma reforma profunda. Tem muita, muita, muita coisa errada, muita sujeira. Isso é um processo que só será possível se as pessoas se pronunciarem, a classe artística, intelectuais, o povo que tem um pouco de esclarecimento e que não seja vendido.  Sei que são apenas palavras soltas e que tudo vai dar em pizza, mas é triste ver um país com potencial como o Brasil nessa situação.
 Será que o Haiti é mesmo aqui?

Salve-se quem puder...  :|

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

Um tanto de mim

Durante imperiodo estive sentindo saudade de mim. Saudade de respirar melhor, sentir o vento, ser eu. Tentei a filosofia, teorias quânticas, metafísicas, religiosas. Tudo muito interessante, muita informação, rico, às vezes massacre, retórico e dogmático, mas muita coisa boa também. Porém é teoria. Teoria não traz felicidade, traz conhecimento e conhecimento sem poder de ação é inócuo. Experimentei a espiritualidades, aprendo, me encho de dúvidas, me deparo com meus limites e vejo quque são muitos. Sou muito, muito limitada. Muito pequena.
Me sentia grande porque dentro de mim era e não precisava do mundo, dentro dos meus padrões era perfeito, era alguém vivendo sua real natureza. Agora com tantas verdades mutáveis, cobranças, pressão interna e externa, solidão por incapacidade, introspecção inútil vejo que o que antes era bom agora não é tanto assim. Minhas perguntas podem até gerar respostas, mas não há uma satisfação plena em mim  e por mim.

De que adianta falar mal da política ? De que adianta filosofar sobre mil questões públicas, metafísicas se eu nada posso fazer em relação a maioria das coisas. Sou um zumbido no vazio. Tenho a sensação que tentei resolver uma difícil equação, tive progressos, mas algo está mal colocado. Talvez eu não saiba nem o que esteja dizendo, só sei tentei que a vida fosse mais e que fizesse mais sentido com a realidade que vejo e os impulsos que tenho. Só que....

Sinceramente, não sei concluir essa postagem.

sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

Perdão à Igreja

A história mostra que nem sempre o mundo foi bonzinho com ideais tão humanitárias como é hoje. Para chegarmos até aqui muitas cabeças rolaram, muitos sacrifícios foram feitos, seja em prol da nação ou da fé, houve um tempo que ambos se confundiam, laicismo é algo moderno.

Na época do Velho Testamento, muitos morreram por disputa de qual deus era o mais forte, animais eram sacrificados, pessoas eram apedrejadas não só entre os judeus, mas nas regiões vizinhas. Na Bíblia encontramos exemplos disso como os grandes extermínios, banhos de sangue contra os inimigos. Essa era a realidade inquestionável de um tempo que ainda se perpetua em alguns ainda hoje.  O mundo foi evoluindo e algumas práticas deixaram de existir, os cristãos tentaram iniciar a era paz e amor deixando de apedrejar mulheres adúlteras por exemplo. Mas no resto do mundo muitos ainda praticavam coisas que hoje achamos desumano, pessoas tinham suas mãos cortadas se fossem consideradas ladras, outras por acreditar em deuses diferentes de seu país, sacrifícios humanos em nome das diversas divindades, sacrifício de animais ocorre em algumas religiões até hoje.

A Europa tinha diversas religiões antes do apogeu do Catolicismo. Como o Catolicismo tem suas bases judaicas  considerou que as divindades cultuadas era malignas. A prática da magia era comum em várias partes do mundo como na Europa, África, na América. A magia negra causa muito medo nas pessoas até hoje. Na África por exemplo essa é uma realidade bem forte. O que hoje para muitos de nós é apenas ignorância, misticismo, superstição era um terror que assolava muitas pessoas ou até cidades inteiras. Era esse o pensamento de uma época e teve seu apogeu na Europa na Idade Média. A Igreja Católica cometeu então um dos atos mais bárbaros que é condenado hoje em dia: a Inquisição. Milhares de pessoas foram queimadas na fogueira acusadas de serem bruxas. Muitas foram apenas por discordarem das ideias da Igreja, erros foram cometidos nessa época que hoje é reconhecido pela Igreja. Há o caso famoso de Joana D`Arc e outros que mostra a injustiça que se deu nesse tempo. A Igreja pediu desculpa por esses atos. Fato que mostra que a Igreja reconhece que falha. Mas observando as outras opções, vejo que a maioria das crenças falharam. As ideologias falharam. Muitas religiões sacrificavam crianças recém nascidas, jogavam pessoas dentro do vulcão. Há religiões  que  mandam matar os homossexuais, a Igreja por pior que tenha sido, não matava pessoas pelos seus pecados, mas pelo que achava que era uma ameaça a ela. Por exemplo a Igreja não queimava pessoas por ela ter roubado, ou ter feito sexo fora dos padrões morais estabelecidos pela doutrina católica.  Ideologias políticas mataram até bem mais, o nazismo, o comunismo por exemplo destroçavam pessoas por ser de grupos considerado indesejáveis. Poucos divulgam mais o comunismo e nazismo não eram ideologias religiosas e matavam homossexuais.

Vendo tanto banho de sangue, tanta divergência de pensamento, percebo que o ideal humanitário que muitos defendem ainda é algo bem novo. A humanidade caminha por terrenos tortuosos onde a violência era um recurso considerado necessário para a sobrevivência. Se hoje julgarmos o passado veremos muitos erros baseados na nossa atual perspectiva humanitária de mundo e ideais iremos condenar quase todas instituições. Um pensamento muito difundido atualmente é o não julgamento, o relativismo.  Se bem que se levarmos isso ao extremismo fica complicado a vida em sociedade, pois padrões sociais nem que sejam mínimos são necessários. Mas se analisarmos o passado com desprendimento, considerando as influências diversas, a realidade de cada tempo, veremos que cada coisa foi como se se entendia que tinha que ser. Sem, lógico, desmerecer as consequências, mas também sem demonizar tudo. Por isso hoje eu compreendo a Igreja Católica e prefiro perdoá-la desses atos. Porque a maioria das instituições falharam segundo nossa ótica atual e apesar disso muitas delas contribuíram de algumas forma com suas contribuições positivas.

quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

Adeus para quem já se foi

Quando alguém que foi muito importante morre mesmo depois de estar afastado é homenageado. Tivemos um exemplo disso recentemente, o ator que interpretou o Chaves, Roberto Bolaños faleceu e recebeu várias homenagens, pessoas declarando seu amor eterno ao Chaves. Tudo muito bonito, mas a questão é que o Roberto não atuava há tempos. Ele não era apenas um idoso, mas estava muito doente, debilitado sem exercer suas atividades artísticas costumeiras. O Chaves se foi muito antes do Bolaños. A morte dele realmente deve ter doído para seus familiares e pessoas chegadas, disso não duvido, agora essa comoção pública não faz sentido. Não é o mesmo que perder o Sílvio Santos que atua até hoje com muito talento. O público ama o artista ou o personagem? Por que as pessoas misturam os dois? Entendo que enquanto está ocorrendo a atuação os dois se fundem, pois o personagem pega emprestado o brilho do artista. Mas no caso do Chaves já estávamos de luto pelo personagem a muito, muito tempo, já sentíamos saudades daquilo que já se foi.  Quem morreu foi o Bolaños que era muito mais que o personagem, mas para o público e a mídia em geral não foi bem assim.

Apesar de parecer ser algo apenas do mundo dos famosos, a morte dos que já se foram acontece com pessoas normais. Você deve conhecer alguns idosos que no passado tiveram uma vida brilhante e que agora estão no ostracismo devido seus problemas de saúde e até abandono familiar. Esse é o pior. Quantos avós estão abandonados por aí, deixados num canto qualquer por não serem mais considerados úteis. A vida só é vida mesmo quando é vivida e para ser plena precisa de interação com outros. Não adianta depois que morrer fazer alarde dos que se foram, mas que as pessoas já tinham enterrado em vida. Muitos fazem uso do sentimentalismo,  pior,  logo passam para questões financeiras de herança e tal. Pelo menos o Bolaños tinha seguidores de verdade, família e amigos que iam além do personagem. Infelizmente pessoas normais não tem isso. Muitas se empenham, lutam pelas suas famílias, pela sociedade e por não ter repercussão não tem a mesma sorte que o Roberto teve.


sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

"Não preciso de ninguém, eu me amo."

Não acredito em quem apregoa que apenas o amor-próprio como o suficiente. Quem se ama mesmo e se basta de verdade não fica toda hora alardeando isso, postando mil selfies, treinando sorrisos no espelho para mostrar sua melhor cara feliz. Quem se basta de verdade não precisa colecionar likes, não precisa da aprovação ou reprovação dos outros, nem da inveja, não liga para o recalque das inimigas, não tem espaço para 'beijinho no ombro'.

Quem se basta mesmo está em paz. Não precisa provocar, dizer o que é bonito de ser dito, aparentar algo para só impressionar. 

Por que não assumir a carência, a necessidade de se autoafirmar? Por que não ser sincero consigo mesmo? Pq se fosse pra ser mesmo feliz sozinho nem precisaria de face, era só se olhar no espelho, fazer monólogos sem espectador.

É mesmo impossível ser feliz sozinho.



terça-feira, 6 de janeiro de 2015

Conto: Loucuras no Futebol Politicamente Correto



Dois times entram em campos o Atlético de Melão e o Regatas  do Café.  O primeiro cheio de atletas bem apessoados, alguns baixos outros altos, músculos definidos, equipe bem entrosada. O segundo  com jogadores altos, pernas bem torneadas e bastante confiante.  O juiz de aparência franzina que além de suas  habilidades futebolísticas é sociólogo, mestre em direitos humanos, doutor em filosofia.

Começa a partida. O juiz decide não jogar a moeda para decidir quem começa o jogo. Conta qual time tem mais negros e decide que o justo é começar por eles. Todos aceitam, afinal quem seria doido em desafiar o juiz logo no começo.

A partida começa equilibrada, os dois times com boa posse de bola, jogadas precisas e tiradas rápidas. Passa da metade do primeiro tempo e o Regatas do Café começa a apertar. Maurão, jogador forte, um dos maiores entre eles comete uma falta violenta contra Danilo, o melhor atacante do Atlético de Melão.  Silêncio entre os jogadores, Danilo grita de dor, não consegue se mexer.  Começa a discussão entre os jogadores do Melão com o juiz, Pietro, mais exaltado esbraveja:

_  Isso foi covardia, tem que ser expulso seu juiz!

_ A questão não pode ser vista dessa forma, não sabemos direito o houve.

_ Mas está claro, ele avançou contra o Danilo pra machucar mesmo.

_ Como você pode saber o que está dentro dele? Como pode julgar desse jeito? Por acaso é o dono da verdade?

_  O que devemos fazer então? Um cometer falta contra os outros porque ninguém sabe o que passa dentro do outro?

_ Você está premeditando.... Já avisou publicamente aqui, tudo que fizer  será considerado vingança. Onde está seu senso de ética? Vocês acham que eu não vejo isso?

_ O senhor Juiz só ver o que quer!

O juiz respirou fundo e disse bem firme:

_  Eu vejo pessoas  julgando e submetendo outras sem levar em consideração os motivos que levaram alguém a cometer seus atos, se é que cometeram.

_  Não há motivos, o motivo é trapaça!!

_ Muito comum julgar um negro, não  é mesmo?

_ Mas não é isso, a questão que ele cometeu a falta.

_ Isso é o que supostamente ocorreu, a acusação é você quem faz.

_ Todos viram, como vão te respeitar se nada fizer?

O juiz vira as costas e tira o Maurão de campo e Danilo é levado pela equipe médica. O jogo continua, minutos depois Maurão volta a campo. O técnico do Melão esbraveja enquanto a torcida do  Café delira na arquibancada.  No intervalo do segundo tempo os repórteres comentam o assunto elogiando a atitude do juiz. As câmeras mostram a falta, mas  alguns especialistas afirmam que não tem como afirmar se o Maurão tinha mesmo a intenção de fraturar a perna do atacante, que  num impulso é justificado atitudes mais impensadas, que principalmente, o Maurão por ser um jogador muito querido merecia voltar.

No segundo tempo  o time do Café retorna mais forte, domínio da bola e moral lá em cima. Marca o primeiro gol, por Maurão que leva a torcida ao delírio.  Marca o segundo minutos depois.  As faltas  continuam, o time do Melão fica mais na defensiva. Pietro, do Melão, avança sobre o Maurão que cai no chão gritando de perseguição. O juiz irado levanta o cartão amarelo. Começa a discussão:

_ Você foi mesmo capaz de se vingar. Isso não vai fazer seu time vencer.

_ Nosso melhor jogador foi atacado por esse verme. Você permite que ele volta e fica nisso mesmo?!

_   Ele se justificou e eu decidi que ele não tinha culpa. Você avisou e ainda o xinga.

O juiz levanta cartão vermelho.

_ Por que vermelho, seu juiz?

_  Você  acabou de cometer uma falta avisada contra um jogador afrodescedente e o xingou de verme. Isso é é ofensa racista.

_  Não seja por isso, você também é um verme!

_  Bonito, junta a isso ofensa contra homessexual. Você tem que ser preso!

_  Mas eu nem sabia que você era gay!


Regatas do Café ganhou o jogo, Maurão virou celebridade e o juiz escreveu vários livros, faz palestras e é professor universitário. 

O Pietro? Foi processado, perdeu dinheiro, os amigos viraram as costas, ficou deprimido, voltou pra sua cidadezinha no seu antigo emprego.