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domingo, 17 de maio de 2015

Conclusão?

Um dos motivos que criei esse blog foi fazer um registro do que realmente sinto e penso, sem máscaras e preocupações com o que acham. Pensei também que talvez um dia meus filhos pudessem ter alguma curiosidade sobre mim. Mas pra eles pelo menos não preciso de um blog pra me comunicar, eles me conhecem bem como eu sou, todas as nuances, bobagens, profundezas e digressões. Na verdade, esse post não sei se quero que um dia eles leiam, podem acabar me achando fraca demais. Que se dane, isso também sou eu.


Completei 31 anos. Não, não é um número redondo, mas não é o número que interessa, é o momento em que vivo. Meus filhos estão crescendo e eu estou morrendo de medo. Medo de mais atrapalhar a vida deles do que ajudar e principalmente medo de sofrer. Não é um medo remoto, é um medo real, medo de algo que já sinto me corroer. Cada vez o tempo passa sinto que o que restou dos meus sonhos não se realizarão, que nunca serei uma pessoa melhor e que a vida é essa e acabou. Não tenho esperança. Na verdade tenho é que ficar feliz porque poderia ser pior. Sou muito grata por tudo mas isso não basta, ainda. Talvez no futuro tudo se acomode, talvez não. Não aguento mais passar por inúmeras crises emocionais em minha vida. Sou uma pessoa extremamente solitária com um mundo interno enorme e não tenho amigos, pessoas com que possa ter uma conversa sincera espontaneamente. Não suporto ouvir frases feitas de quem não entende o que sinto. Simplesmente estou fechada em mim mesma e não consigo sair. Não tenho um pingo de talento para nada, absolutamente nada e adoraria ter. Adoraria tantas coisas.... Seria tão bom poder ser eu sem medo de ser rejeitada. Mas como sou constantemente ignorada não sei me expressar mais.

Tentei a religião _ Ohhh, a religião! Tudo tão lindo e perfeito nas varias interpretações do que é o sagrado. Tentei a virtude, a mais pura e bela virtude e encontrei em mim a hipocrisia plena e a insatisfação, o vazio e principalmente o TÉDIO. Sim, existe fé, existe o sagrado e coisas sublimes, mas não alcanço da mesma forma que não alcanço as notas musicais ou um traço perfeito.  Já fui bem imoral, só que fui demais da conta e isso depois de vários excessos também trouxe vazio e tristeza.
Só o amor preenche, só o amor nos basta, só o amor nos faz sentir de fato o que é plenitude e felicidade. Mas meu amor é possessivo. Um tipo de amor que se não tenho aquilo que amo perto de mim correspondendo na mesma intensidade me faz sofrer absurdamente. Difícil não sofrer sendo desse jeito.
Não adianta falar que não deve ser assim, praticar o desapego, amor próprio. Palavras não resolvem. Já tentei todo tipo de palavra, frase, chega de auto engano e hipocrisia, sou isso: um nada carente desajeitado que se apega demais.

Não, não vou culpar o mundo. Culpo a mim mesma, não uma culpa na qual eu possa me redimir, pois não escolhi ser assim. Culpo a minha personalidade frágil, minhas emoções intensas, meus traumas, minha falta de resiliência, essas abstrações que nascem com a gente. Ter conhecimento de tudo isso não me tornou uma pessoa melhor. Aquela de conheça a ti mesmo não salva ninguém. Comigo não funcionou. Tampouco quero pena, pena também não resolve. Queria amigos sinceros, isso também jamais terei. Não tenho esperança. Por isso tudo que gostaria imensamente de não viver muito. Não quero muito mais tédio em minha vida, se não for pecado demais pedir isso. Pra mim não mais de 15 anos de vida e está bom. Sério. Não preciso de muito mais que isso. Pra que? Pra comer e cagar? E ainda acho que a maioria das pessoas inativas e improdutivas como eu que sofrem dessa mesma inutilidade e falta de perspectiva estariam melhor se não estivessem mais aqui. Gente, a vida é muito linda pra ser dessa forma. Mas quem não tem consciência disso e não sofre que continue aqui. Afinal As novelas e jogos de futebol precisam de audiência, a indústria farmacêutica precisa vender e os bares amam os derrotados....

Deus, perdoe minhas palavras.

domingo, 10 de maio de 2015

Dia das mães pode doer

Geralmente dia das mães é mais leve que dia dos pais. É mais fácil ver pessoas sem o nome do pai do que da mãe, pai desconhecido infelizmente é comum, mãe não.

Maternidade é coisa séria e complexa. Hoje é um dia feliz para muitos, mas triste também para outros. Muitas mães não tem mais seus filhos porque morreram ou porque eles se afastaram de tal forma que não consegue trocar mais que duas frases. Mães e filhos que perderam o entrosamento, o interesse de se relacionarem com amor e respeito. As vezes só sobra a obrigação de entregar um presente ou ligação forçada, muitas vezes nem isso.
A vida faz dessas coisas, mas deveria? nesses casos quem mais sofre é a mãe, geralmente é a parte esquecida, a pessoa velha que perdeu o valor.


Nem sempre as mães são vítimas da ingratidão. Muitas mães são péssimas. Traumatizam os filhos, abandonam, renegam e depois esperam colher um amor que nunca plantou. Muitos filhos choram hoje não por que suas mães morreram, mas porque têm mães horríveis, mães distantes afetivamente, mães que nunca foram mães de verdade.

É mais fácil chorar de saudade do que pelo vazio deixado por alguém que nos faltou com o amor que precisávamos. Quando morre foi a vida que impediu, mas quando se é rejeitado é dói mais. Perdoar é o caminho, compreender e esquecer. Mas as cicatrizes ficam.

Outro grupo que sofre muito nesse dia são as que nunca foram mães e desejaram muito ser. Aquelas que tentaram, tiveram um filho no seu ventre e não nasceu. O vazio dói sempre mais. O vazio de não ter recebido amor, de dar amor.

Tirando esses e outros dramas o dia das mães é muito bom. Mesmo quem não teve mãe teve alguém que deu o carinho de uma, seja a avó, tia, uma mãe adotiva... Não é perfeito, mas as pessoas procuram um jeito, ficar sem amor é que não dá. Dói demais.