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domingo, 3 de janeiro de 2016

Prazer, chuchu.

Sou um chuchu, não aquele tipo de cantada tosca antiga de chamar de chuchuzinho. Sou um chuchu em relação ao sabor. Tenho muitas propriedades nutricionais, mas sozinha não acrescento muito.

Preciso estar acompanhada no prato certo, posso ser boa numa salada fria ou numa sopa escaldante.
Não me venham com papo de auto estima, de liderança e seja o que que. Sou segunda voz, não adianta mudar meu tom. Não sou líder de nada, não adianta forçar. Cansei de tentar andar num salto mais alto que possa me equilibrar e depois chorar a noite de dores nas pernas e calos nos dedos. O mundo espera de muito  nós, proatividade, criatividade, poder, força, independência, mas só que nem todo mundo é assim. Estou fora de moda, sei disso. Mas pior é fingir ser o que não sou. Ser assim não é legal. Se pudesse escolher seria outra coisa. Queria dominar minhas emoções, minhas reações. Não basta ser bom, o mundo espera de nós o sucesso e isso tem seu valor, é um estímulo. Se bem que sucesso é algo relativo, e nem sempre temos as qualidades que nos levem a ele sem uma boa dose de sorte. Aí entra as variantes: vontade do outro, acaso, oportunidade... Somos mesmos todos responsáveis pelo que somos, até que ponto?
Eu tentei, ah, eu tentei... Tentei cantar, mas que desastre, em pleno teatro minha voz desafinando publicamente. Dançar... kkkkkk Tem coisa que não adianta forçar.

Não me forcem ser beterraba, sou chuchu, chuchu é bom, é nutritivo, se faz vários pratos com ele. Não desprezem o chuchu, é bom, saudável, barato, não engorda e com o tempero certo pode ser delicioso.

Essa tal felicidade

Tem certos sentimento que só a música pode traduzir, daquela forma toda embaralhada, meio que sem nexo. Pois é assim mesmo que é. Cheio de idiossincrasias, sem respeito ao acordo ortográfico da vida, cheio de neologismo das relações. Tudo muito abstrato fundamentando o que de mais concreto há. Não é para ser compreendido, só alguns conseguirão- tipo parábola rsrs _ todos têm isso.

Não me arrependo. Se fiz o que fiz, seja lá o que tenha sido foi por bons motivos. Só eu sei a dor que senti e as vezes ainda sinto e não tenho com quem falar. Cansei de reclamar da vida, do mundo, já assumi todas minhas falhas, é genético, carma, sei lá.  Por gotas de felicidades podemos suportar as piores dores, viajamos desertos escaldantes na esperança de um oásis. Racionalmente o sofrimento não compensa os bons momentos, mas quando não há nem a esperança disso não há porque resistir a dor. Quando a esperança se esvai não tem porque continuar. Sem rumo, tendo a certeza apenas o vazio... Mas mesmo assim é preciso continuar porque tem que ser assim. Pior coisa pode acontecer seja nessa vida ou na outra. Estamos presos aqui, não que queiramos partir, queremos apenas ser felizes, não precisa ser o tempo todo ou no mínimo a esperança concreta de sermos